terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

UM GRANDE EXEMPLO...A VIDA QUE TEMOS DEVE SER VIVIDA SEMPRE COMO SE FOSSE O ULTÌMO

O desejo de voar / Acervo Pessoal
O desejo de voar / Acervo Pessoal
As luzes meio apagadas, o quarto que eu já estava acostumada a compartilhar com um marido ausente e um resultado de exame nas mãos. O resultado do exame? A formação de um possível linfoma no intestino.Minha reação? Nenhuma.
Horas depois de entender o que eu havia lido senti vontade de ligar para a minha mãe. Mas iria preocupá-la, então desisti da idéia. Pensei em ligar para o meu marido, mas de nada adiantaria: provavelmente ele sequer atenderia ou se importaria. Por fim, acabei por fazer uma oração.
Poucas vezes me lembro de ter pedido algo a Deus com tanta súplica. Aos 22 anos de idade e com um casamento fatidicamente falido, só poderia ter sido pior se não tivesse minha família como escudo e proteção. Comecei o longo tratamento com remédios insuportáveis e dores que insistiam em continuar. Nestas horas acreditamos de fato que Deus é tudo o que temos.
Em julho do mesmo ano, e ainda em tratamento, outra notícia ruim, meu até então marido pediu o divórcio. Naquele momento confesso ter sentido a real sensação de perder o chão, de sonhos destruídos, de contos de fadas se tornando mentiras.
Daí para o final do ano, ocorreram as maiores mudanças da minha vida. Precisei vencer a doença, mudar de emprego para acompanhar o executivo ao qual eu até hoje eu assessoro, mudar de vida em um ângulo de 360 graus com idade e vivência equivalentes a uma universitária imatura. Mas na verdade eu não tinha nada de imatura, pois as lutas que se seguiram me mostraram isso.
Definitivamente, 2010 foi um ano desafiador. Muito mais que intenso: vivi, sorri, sofri, aprendi, caí, levantei, apostei, perdi, superei, venci, mudei de casa, de emprego, fiz novos amigos, me aproximei mais das pessoas que amava. Foi como um turbilhão. Um constante construir, destruir, e reconstruir.
Se eu pudesse fazer uma análise de como me vejo hoje, seria: o que passou, já entrou na lista de coisas superadas e o que tenho passado está na lista de coisas que estou descobrindo. O "agora" quero saborear como se não fosse existir um "depois". E o "depois" já aprendi que não cabe a mim, está nas mãos de Deus!
Então comecei 2011 com a seguinte frase: aproveite ao máximo tudo que a vida tem a lhe oferecer de bom, seja o melhor que possa ser para as pessoas que vivem contigo e apague tudo que não lhe agrega nenhum valor.
Fiz planos: cuidar da minha saúde, ler mais, aprender a falar francês, ir à Nova York só para andar cantando pela 5ª Avenida, terminar a segunda faculdade e me preparar para o mestrado, ir à academia todos os dias (exceto sábado e domingo, rs). Tenho que começar a usar um antirrugas, vou tentar não brigar com o relógio (o dia sempre vai ter só 24 horas), quero me lembrar todos os dias que os gestos mais simples e os pequenos detalhes é que tornam a vida alegre e verdadeira.
Enfim, quero me permitir ser apenas "eu": sensível e ao mesmo tempo durona, menina e mulher, estudante e executiva, que chora e ri por qualquer coisa, que vê sempre o lado bom de todas as situações e acredita que no final vai dar tudo certo (por pior que seja), que tem medo do escuro, mas não evita a própria penumbra, que entrega 100% de si mesma em tudo que se envolve e, se não for o suficiente pra dar certo, é porque não era para ser.
Hoje carrego em mim um livro que apesar de ainda ter muito o que escrever, contém em cada linha e em cada palavra uma mulher forte, batalhadora, imperfeita e perfeita e que acredita em si mesma. Como diria meu chefe: sonhe grande! Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho. O resultado é que é diferente.
Monique Paiola, 23 anos, assistente executiva, uma mulher-menina que escolheu viver ao máximo e sonhar grande.

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