sábado, 12 de novembro de 2011

O EU CONTRA O NÓS

Sempre houve e sempre haverá o conflito “eu x nós” e o “nós x eu” . Ou era nós demais e eu de menos ou eu demais e nós de menos. Excesso de poder para um ou para outro. A luta pelo direito de se exibir é um desses exemplos. A religião, embora em teoria defenda a supremacia do nós e da comunidade, não poucas vezes dá poderes plenos a um indivíduo que sozinho ou com sua família determina a moral e o nós de uma igreja
Em algumas épocas e sociedades os homens exibiam seus músculos e seu órgão masculino enchendo suas calças estilo calções com panos para dar a entender que eram másculos. Tempos houve e sociedades em que as mulheres escondiam os pés e realçavam os seios quase nus. Mais recentemente nos anos 60, criação da estilista Mary Quant, vieram as minissaias que revelavam a lingerie ou o nada que as moças usavam, enquanto realçavam suas pernas. O avanço da moda e da mídia hoje alterna entre bustos, minissaias, realce das pernas e do corpo. Jeans, collants, revelam hoje corpos sarados masculinos e femininos na televisão e nas ruas.
Éramos e estamos nos tornando cada dia mais uma sociedade exibicionista que não apenas realça a beleza. Negocia com ela. Isso inclui até religiosos que investem na beleza, em trajes chamativos e coloridos e nas formas para anunciar Jesus.
Quem se exibe sabe o que está fazendo, minimiza as possíveis repercussões ou conseqüências de sua escolha e aposta na estética como forma de conquista de objetivos.
Voltamos à sociedade grega que lutava entre a ética e a estética e onde, não poucas vezes, venceu a estética. Pelo mesmo caminho vai a sexualidade com vitórias sucessivas dos movimentos gays e liberação geral. Não é nada incomum ver corpos praticamente nus nas praias, em desfiles de carnaval e até nas ruas em passeatas. Nova moral, ou antiga moral que volta, com domínio de Eros sobre Ágape, gratificação sobre a gratuidade, estética sobre a ética, indivíduo sobre a comunidade e projeto pessoal sobre o coletivo?
O nós encolheu e o eu extrapolou… isso, até o dia em que o nós, cansado de ser secundarizado disciplinará o eu que se tornou tirânico e dominador demais. Quem viver verá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário