segunda-feira, 4 de junho de 2012


Casal que se boicota

Postado por FredMattos em Comportamento, Dicas -Tags: ,

Quando se pensa num casal falido a imagem que vem a mente é aquela mulher de bobs no cabelo e creme de pepino no rosto ao lado do marido barbudo com barriga caindo da calça e com meia furada.
Puro desleixo
Quando vão sair para o trabalho tomam o banho mais completo do mundo, se produzem (dentro do razoável) e estão prontos para o mundo.
Na fase de namoro somos impelidos a fazer esse tipo de agrado que vai desde paparicar a sogra, cuidar do corpo (e alimentação), passar perfume para encontrar a pessoa amada e sempre ter palavras delicadas ditas em tom ameno.
Fico me perguntando onde tanta gente bonita e interessante vai parar depois que casa. Aí o boicote mútuo inicia. É notório num restaurante identificar um casal que está recém junto de um que passou do prazo de 2 anos. As roupas são de arrepiar o cabelo, as caras abatidas, os olhares que fogem um do outro, o silêncio constrangido e aceleração para comer e ir embora.
Quando chegam em casa é um lamento, parece que o descuido piora, não precisam mais manter as aparências e esculhambam para valer. É de chorar.
Ele coloca a pior roupa, perde a compostura, peida, arrota, coça o saco, cheira a cera de ouvido tirada com o dedo mindinho, esquece do hálito, vira quase um javali andando pela casa.
Ela tampouco se preocupa com sua atitude, fica apática, resmunga o tempo todo, come que nem um bezerro desmamado, baixa o olhar, se enfurna na TV ou se ocupa loucamente dos filhos.
A desculpa clássica é falta de tempo e agilidade. A verdade é que eles não querem fazer um esforço básico, a intimidade os corrompeu numa aparente liberdade pobre. Nós nos amamos pelo que somos e não pelo que mostramos. Balela, ninguém gosta de gente desorganizada, fedida ou descuidada.
Antes eles eram esforçados por manter a saúde do corpo, da mente e do espírito. Isso alimentava um ciclo positivo de superação, de tesão de vivacidade.
Depois, a pretexto de se conhecerem nas minúcias passam a se tratar como gêmeos siameses. Me lembro de uma pessoa que falava com orgulho que a esposa fazia coco de porta aberta sem problema. Tempos depois soube que se separaram, pois ela perdeu o tesão nele. Porque será?
O amigo(a) do trabalho está sempre bonitinho, sorrindo e com cliclete de menta no bolso. O olhar está vivo, o ouvido atento e o coração aberto para qualquer impasse.
Porque relegar à pessoa amada o nosso pior em nome de uma autenticidade falsamente construida? Será que ela merece menos esforço de sua parte só porque já se sentem seguros de quem são e porque estão juntos.
Essa mentalidade só pode levar à lugares ruins.
Pior ainda quando eles tem receio de confrontar o outro com uma realidade dolorosa e acabam fingindo ou querendo acreditar que gostam do jeito ou má aparência do outro. Fazem isso para não magoar (a menos que tenham cegueira emocional), mas acabam deixando aquela pessoa entregue ao seu pior.
Existem maneiras bem afetuosos de dizer uma verdade difícil do tipo “andei notando que você tem se alimentado mal e estou preocupado, eu acho que não estou ajudando muito com esse monte de porcaria que compro no supermercado só pra te agradar, vou dar uma maneirada”.
Imagino o que deve acontecer com o guarda-roupa desse casal “modelo”. Conta para gente, Juliana…
Fred, é engraçado observar como as roupas caminham pelo guarda-roupa de algumas pessoas.
Elas entram ganhando destaque com a cara de material novo e as cores intactas, com o passar do tempo elas perdem as características que as levaram ao lugar mais disputado do armário. É nesta hora que começa a peregrinação.
A peça sai do favoritos e começa a migrar.
Eu sempre achei este movimento curioso. O critério que mais me intriga é o da escolha das peças que vão ser usadas na intimidade, seja sozinho ou em casal.

A minha vaidade não me permite estar toda destrambelhada pelo simples fato de não estar no trabalho. Mantenho a linha quando estou com amigos e familiares seja em local público ou não.
Nada tem a ver com rigidez ou com sacrifício de conforto. O que mais escuto de amigos e clientes é que eles querem estar confortáveis, como se a culpa pelo desconforto fosse da roupa e não da escolha equivocada no provador.
Uma crença forte que precisa ser quebrada é a de que conforto é inimigo de beleza. Boa notícia: Não é!!!
Conforto e alinhamento podem dar as mãos, basta escolher os tecidos e cortes corretos e surpresa! Você pode se aninhar na sua roupa ao invés de se digladiar.
Não há desculpa cabível para o desleixo na intimidade. Um casal tem que se tratar bem. Se arrumar para o outro é uma baita prova de amor. Desleixo é brochante, desnecessário e desestimulante. O cuidado com o visual, pelo contrário, é afrodisíaco. Cuide bem de si mesmo, né Fred?
Concordo com você, Ju, tudo entre um casal denuncia como é a atitude deles na vida. Muitos subestimam os pequenos detalhes, mas são eles que refletem o estado de espírito de ambos. Esse boicote entre o casal cria desconfortos silenciosos que resultam num término “inexplicável” e brigas “sem sentido”.
Agora dá pra entender porque muita gente anda infeliz quando se trata de relacionamento

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