segunda-feira, 4 de junho de 2012

QUERO AJUDAR A TODOS


"Quero ajudar todo mundo e não cuido de mim."
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Você já deve ter testemunhado uma mulher que tem um coração de ouro, amada por todos, querida pelos estranhos, Mas se olhar de perto, mas muito perto está um pouco perdida de si mesma?


Eu conheço muitas. São aquelas mulheres que são meio mãezonas de todo mundo, seu coração sempre cabe mais um.
Mas quando chegam no consultório do psicólogo essas mulheres chegam devastadas. A principio tem uma tremanda dificuldade de admitir que precisam de ajuda. Elas costumam vir para trata do filho rebelde, drogado ou o marido problemático, egoísta e distante.
Ela realmente acha que não tem problemas e sempre tem uma resposta na ponta da língua. Raramente se mostra fraca ou doente, afinal sempre tem alguém que pode precisar da sua ajudaa. Mas quando ela fica doente desaba todo o império de certezas e assistencialismo emocional. O gigante precisa se recolher. Daí surge o drama, pois aquela mulhere sempre pronta a tender qualquer pedido de socorro (financeiro, emocional, fisiológico) agora precisa baixar a guarda e receber algo dos outros. Ela precisa ceder do papel dominante (sim existe necessidade de controle) e se tornar paciente, em todos os sentidos.
As enferemeiras costumam ter muito trabalho com esse tipo de mulher que não se deixa cuidar.
Mas ela nem precisa adoecer para chegar nesse ponto. As pessoas à sua volta são muito gratas por tudo o que recebem dela, mas no fundo se sentem distantes. Afinal a vulnerabilidade que confessamos nos torna solidários e em pé de igualdade. Pessoas sempre prontas a ajudar, no fundo estão distante de todos aqueles a quem ajuda.
Aquela casca de nobreza e força ao contrário do que essa mulher pensa não cria uma real conexão com os outros. E é aqui que quero chegar, essa mulher está perdida em si mesma.
Ela perdeu sua identidade e já não sabe mais como resgatar seus próprios passos. Está angustiada e sente que ninguém vai compreende-la e ninguém vai, porque ela tirou de todos o direito de se aproximar de verdade da sua intimidade.
Ninguém consegue imaginar uma Madre Teresa de Calcutá triste e se lamentando. Já convivi com muitas pessoas assim (não só mulheres) e sei que elas são muito duras consigo mesmas e quando são contrariadas se mostram extremamente ressentidas e vingativas. Capazes de cortar os mais longínquos e íntimos laços com pessoas que não disseram amém para tudo o que elas “pediam”.
Como ajudá-las, paciência e trabalho insistente de quebra de crenças enraizadas. Todos devem conhecer uma mulher assim, muitas de nossas mães são assim. A elas que batizei de mães que amam demais.

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