Você tem medo de intimidade emocional
Fazemos de tudo para evitar intimidade com alguem. Olhamos para baixo, para os lados, para cima, para o nada. Temos aquela cortesia falsa e desesperada do tipo “alguem desce logo nesse andar, por favor?”
Já se deu conta que fazemos o mesmo em nossas vidas?
Pense um pouco no seu dia até agora. Quantas vezes você falou algo que não gostaria de dizer com alguém com quem não queria falar. E mais que isso, você não se deu o trabalho de realmente olhar para essa pessoa e pensar o porquê de não se interessar pelo mundo dela.
Fez perguntas como “tudo bem?” E de fato não queria saber a resposta.
Ofereceu abraços, beijos, sorrisos e olhares. Quantos desses gestos realmente foram sentidos?
Penso no impacto psicológico de viver anestesiado por tanto tempo.
Aquilo que chamamos de rotina nada mais é do que resultado dessa postura displicente com nosso olhar. Não é o mundo que se torna repetitivo e sim a qualidade de nossas interações pessoais.
Por que esperamos surpresas se as negamos o tempo todo?
Onde mora a surpresa, na realidade ou em mim?
Quando entramos num trabalho novo ou estamos apaixonado é bem simples olhar cada coisa como se fosse a primeira vez. Mas nem sequer pensamos que estamos olhando TUDO pela primeira vez.
Você é diferente a cada impacto da realidade sobre você, e isso acontece o tempo todo. Imagine a empresa que você trabalha com mil funcionários. Entre um expediente e outro muita coisa aconteceu na vida de cada uma dessas pessoas. Gravidez, acidente, aborto, nascimento, traições, assaltos, aniversários, despedidas, reencontros, enfim, o céu e o inferno se aproximou de cada uma delas. Será que esse ecossistema de mil pessoas não se alterou?
Imagine isso com 6 bilhões de pessoas no planeta Terra.
A sensação de aparente similaridade e constância só existe na sua cabeça, pois de fato, cada paisagem está se alterando como nuvens no céu.
O que me leva a pensar algo simples, a felicidade enquanto abertura de espírito, está diante do seu nariz. Se você sustentar seus olhos bem abertos e não se cansar de ver tudo como algo curioso, brilhante e interessante com certeza terá uma qualidade de vida diferenciada.
Suas relações serão mais vívidas, seu relacionamento amoroso terá um sabor especial, mais íntimo. Mas existe a opção de ver tudo da maneira mais comum e óbvia do mundo.
Para essas pessoas que o óbvio é um alívio eu desejo boa sorte para uma vida bem limitada. Felicidade e preguiça não combinam muito.
Desligue o automático, tome consciência do que está fazendo agora mesmo. Respire fundo, olhe para a pessoa que está ao seu lado imediatamente e faça uma pergunta intrigante para ela, algo do tipo: “qual o seu maior sonho na vida?”
Depois me conte como foi.
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